Bebidas de Nossa Infância


Retomando a seção lembranças do site, falaremos agora de algo que vai matar não só a saudade de quem ler este texto, mas vai dar vontade de matar aquela sede. Quem não lembra dos sucos, refrigerantes e tantas bebidas açucaradas que bebíamos na nossa infância, que fazíamos de tudo para nossos pais comprarem e que sempre deixava um gosto de quero mais. Pois é! Sempre bate aquela saudade. Por isso, vamos mostrar aqui alguns dos sucos e refrigerantes que marcaram a década de 80.

A época foi recheada de opções de bebidas açucaradas e que faziam enorme sucesso não só entre a criançada, mas com os adultos também. Quando falamos sobre sucos, quem não lembra daquela embalagem pequena, com a jarrinha desenhada, de vários sabores e que fazia um litro com pouca quantidade: quem chutou Ki-suco acertou. Esta bebida era baseada num suco americano chamado Kool Aid, que dava nome a jarra símbolo do produto.


Vendidos em diversos locais, até no boteco da esquina do bairro, eram um dos sucos mais baratos que existiam.... e bota barato nisso! 10 centavos e bem fácil de fazer, mas nem por isso menos gostoso e com vários sabores: uva, laranja, limão, abacaxi, groselha e vários outros que faziam sucesso entre a galera. Até para fazer geladinho, raspadinha de gelo com vários sabores, o Ki-suco era usado.

E quem não se recorda do concorrente do Ki-Suco, e percursor dos sucos “baratos e rápidos de fazer”, o Q-Refresco. Esta marca existe até hoje em algumas cidades do interior. Apesar de serem muito baratos, você ainda podia encontrar refrescos em versões mais simples como os famosos sucos de feira. Conservados em isopor vinha em embalagens plásticas com várias formas como carrinhos, animais, chupeta, igreja e várias outras. Apesar de fazer sucesso pelas embalagens e todo mundo tinha que comprar um na hora que de ir à feira, como se fosse um ritual, o gosto não era lá estas coisas.




Mas com certeza as bebidas de preferência da molecada, até pela variedade de sabores, eram os refrigerantes. Algumas marcas existem até hoje, porém marcaram os anos 80 pelas embalagens diferentes e pelo sabor. Quando falamos em refrigerante no Brasil associamos logo ao guaraná, e guaraná tem ligação com duas marcas: Antártica e Brahma.

Hoje, unidas pela mesma empresa Ambev, na época eram marcas distintas e grandes concorrentes. O guaraná Antártica era tradicional, e até hoje, pela sua garrafa de 275 ml verde conhecido como o “guaraná caçula”. Já o Guaraná Brahma, o refrigerante brasileiro mais antigo do Brasil (fabricado desde 1918), tinha a clássica garrafa marrom de um litro e depois, em 1988, a de 250 ml retornável.

Porém, o guaraná Brahma começou a decair no número de vendas em meados da década de 90, mesmo tendo mudado sua fórmula, em 1994, lançando o Novo Guaraná Brahma. Com a criação da Ambev em 1999, que é a associação da Brahma e Antártica, a empresa preferiu manter a marca mais forte. Por isso, o guaraná Brahma foi saindo aos poucos do mercado até deixar de ser vendido em 2001. E para aqueles que gostam dos refrigerantes com vários sabores de frutas, principalmente as crianças que têm preferência por refrigerantes mais adocicados e que hoje tem apenas a Fanta como opção, tinham na década de 80 o fantástico refrigerante Crush.


Criado em 1916 por J. M. Thompson, em Chicago, a marca chegou ao Brasil na década de 30 com vários sabores: uva, limão, lima, pêssego e cereja e o tradicional laranja. Mas com a queda nas vendas da maioria dos sabores, a marca ficou mais conhecida no país pelo refrigerante de laranja. No Brasil foi fabricado pela Pepisco e depois por pequenas fábricas como Golé e Pakera, franqueada pela multinacional Cadbury Schweppes. Com a compra desta multinacional pela Coca-Cola, o refrigerante saiu do mercado.

E falando em outras marcas de refrigerantes de laranja quem não se lembra da Sukita? Lançado em 1976 no Brasil pela Fratelli, e depois fabricado pela Brahma, o refrigerante foi um dos principais concorrentes da Fanta e hoje é fabricado pela Ambev. Mas hoje é vendido menos do que na década de 80 e é bem mais difícil de achar.

Mas falar de refrigerantes sem falar dos com sabor de limão é deixar de fora marcas clássicas. Da Brahma, tínhamos a Limão Brahma com a garrafa cor verde na tradicional embalagem da empresa, da Coca Cola a Sprite (a que mais vende até hoje), além da Soda Limão da Antártica, mudando o nome para Soda Limonada, em 1989. Também tinha o Gini, com uma cor meio turva parecendo suco de limão mesmo e com a marcar escrita em vermelho na garrafa.

Até agora só falamos dos refrigerantes “nobres”, de marcas famosas e que eram sempre mais caras. Mas e para aqueles que estavam com dinheiro contado, depois de brincar com "pega-pega" ou "mãe da mula" na rua? Opções mais baratas não faltavam, mas não menos saborosas. Ou mesmo que tivéssemos grana suficiente, quem nunca preferiu comprar uma tubaína aos refrigerantes mais caros?


suquinhos da feira


Fabricado pela Ferráspari, empresa criada em 1932 em Jundiaí, o refrigerante era vendido em garrafas âmbar (aquelas de cerveja) e tinha o gosto de Tutti-Frutti, mas que lembrava muito o sabor de guaraná. A Tubaína era muito barata, menos da metade de uma coca-cola, e devido o sucesso o nome foi associado (com autorização da fábrica criadora) a qualquer refrigerante barato. Existia uma gama de opções para a criançada tomar como Tubaína Rainha (já extinta), Tubaína Conquista, Tubaina Funada, Tupinambá (extinta), Elite (já extinta) entre outras.

Também tinha o refrigerante Mineirinho, feito a base do extrato chamado “chapéu de couro”, uma erva medicinal misturado ao guaraná e que foi distribuído principalmente no estado do Rio de Janeiro.

Podia lembrar de diversas bebidas como Pop-Cola, Guaraná Simba, Baré Cola, Groselha Milani e outras dezenas de marcas. Mas ficaria aqui durante páginas e páginas para lembrar de tantas bebidas que adoçaram a infância de muitos. Mas estas marcas citadas são as que com certeza não saem da memória de quem foi criança na década de 80. Com certeza, a vontade agora é ir ao mercadinho mais próximo, comprar um suco e refrigerante e ter esta doce lembrança novamente.

Paulo Henrique Novaes


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