Hall of Mirrors
Os Melhores Video-Clipes dos anos 80

OMD - Enola Gay

O clipe começa mostrando uma sequência de cenas com nuvens passando pelo céu. Após o refrão de abertura, aparecem apenas as mãos do tecladista tocando, ao mesmo tempo em que está passando uma animação da cena utilizando um rotoscópio digital que mostra uma imagem de vídeo transparente do McCluskey cantando e tocando em um contrabaixo elétrico. A imagem em pausa da capa do álbum é tirada desse vídeo.
Ainda que o clipe não tenha nenhuma sequência de cenas, vamos falar um pouco sobre a música e o que o OMD pretendia ao tocá-la.

“Enola Gay” é uma música anti-guerra escrita pela banda britânica Orchestral Manoeuvres in the Dark (OMD), lançada como único single do álbum de 1980. Escrita por Andy McCluskey, a música faz referências à bomba atômica de Hiroshima durante as fases finais da 2ª Guerra Mundial, citando Enola Gay e “Little Boy”, o Boeing B-29 Superfortress (um avião militar com quatro motores a hélices que foi utilizado como bombardeiro durante a 2ª Guerra Mundial) e a arma nuclear respectivamente utilizada no bombardeio.
McCluskey declarou na época que a música “não era uma celebração” do evento, no entanto, esperava que trouxesse “uma ambivalência sobre o que era certo ou errado de se fazer”.


A letra da música reflete a decisão em usar a bomba e pede que o ouvinte considere se as bombas eram necessárias (“It shouldn’t ever have to end this way” – Nunca deveria ter terminado desse jeito.”).

A frase “Is mother proud of Little Boy today?” (“Hoje a mãe está orgulhosa do Little Boy (filhinho)?”) é uma alusão a tanto ao “apelido” da bomba de urânio, assim como ao fato do piloto Paul Tibbets escolher pessoalmente um quadrimotor B-29, batizando-o com o nome Enola Gay em homenagem à sua mãe.

A frase: “It’s 8:15, and that’s the time that it’s always been.” (São 8:15 e é a hora que sempre foi) refere-se ao horário exato da detonação da bomba sobre Hiroshima às 8:15 am JST (Fuso Horário Japonês).
Outra curiosidade sobre a música foi que ela também foi lançada durante uma grande controvérsia sobre a decisão da Primeira Ministra Margaret Thatcher permitir que os mísseis nucleares norte-americanos fossem posicionados na Grã-Bretanha.

 

Andrea Bergamo




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