Hall of Mirrors
Os Melhores Video-Clipes dos anos 80

Kraftwerk - Musique Non Stop

Cinco anos depois do último trabalho (Computer World) o Kraftwerk retorna com o disco Electric Cafe lançado em dezembro de 1986.

Entre as 6 excelentes músicas do álbum, Musique Non Stop saiu também em single e conseguiu um fato inédito: ficou em primeiro lugar na parada da Billboard de 1987.

Além da música em si, o que ajudou muito para o sucesso de Musique Non Stop foi o seu clipe revolucionário, futurista e complexo para a época.


Steve Dipaola, Wolfgang Flür e Rebecca Allen

Kraftwerk sempre foi reconhecido por estar "um passo à frente do seu tempo" e o clipe não poderia ser diferente. Para isso, a direção do clipe ficou sob a responsabilidade de Rebecca Allen, artista visionária internacional que realiza trabalhos misturando elementos de tecnologia, arte, ciência e movimentos físicos - temas sempre presentes nas músicas da banda.
Além do clipe, ela desenvolveu toda a parte artística do álbum Electric Cafe, por isso eles possuem a mesma aparência.
 


Rebecca se apaixonou pelo trabalho!

Rebecca também é diretora-fundadora do Departamento de Design/Arte Midiática e professora da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
Produziu inúmeras pesquisas, instalações, performances, vídeos, exposições interativas, imagens 3D, e trabalhou também com Peter Gabriel, Devo, Led Zeppelin, entre outros.

O processo de produção do clipe começou com a digitalização das cabeças dos manequins que eram cópias fiéis dos músicos da banda, dispensando assim a presença deles nessa cansativa etapa do projeto.

Para a produção do vídeo o Instituto de Tecnologia de Nova Iorque desenvolveu um programa avançado de animação facial, que permitiu à Rebecca e sua equipe dar movimento e vida aos manequins virtuais.

Durante o clipe são exibidas várias etapas do processo de digitalização e acabamento dos manequins virtuais.
Os primeiros a aparecer são os esqueletos das cabeças (etapa conhecida como estrutura de arame - wire frame) mostrando os pontos e linhas que formam a imagem.

  

Depois os modelos surgem com cor, sombreamento e reflexo, dando uma aparência de volume, no começo com resultados mais simples e depois mais realistas e complexos.

   
   

Repare que quando a imagem fica mais realista a animação fica prejudicada, isso acontece porque o computador tem mais trabalho para processar a quantidade maior de detalhes e não consegue fazer a animação fluir suavemente. Isso não é um defeito, principalmente se você considerar o poder de processamento dos computadores na época (1986).
Para informação, naquele tempo os computadores PC domésticos mais modernos eram os modelos 386, bem inferiores aos computadores de hoje.

Durante o clipe aparecem algumas cenas intercalas mostrando os 4 integrantes da banda no palco (em estruturas de arame) fiel à disposição que usavam nos shows, uma partitura com as notas e claves voando por cima, uma mesa de som aparentemente infinita, e o processo de digitalização dos bustos.

   

Do início do clipe até aproximadamente 1m10s a música que toca é na verdade uma versão mais curta de Boing Boom Tschak, em seguida começa Musique Non Stop.

A qualidade do clipe é reconhecida por instituições de arte e locais de cultura pop. Por isso ele foi exibido tanto em galerias de arte e museus do mundo inteiro como em canais de música como MTV, VH1, e programas de clipes.

Premiações

1988
Music Video Category: 2nd Prize
Images du Futur, Art et Nouvelles Technologies Montreal, Canada

1987
Artistic and Technical Excellence Award Nicograph Tokyo, Japan

1987
Nouvelles Images de Monte Carlo Award

1987
Best Special Effects (Nomination) National Academy of Video Arts and Sciences, 5th Annual American Video Awards

1986
Best Music Video Award, West Germany

 

Matheus Meneghini

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